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A Voz do CEO: É Verde Mesmo? Mostre-me os Dados

A Voz do CEO: É Verde Mesmo? Mostre-me os Dados
01/11/2024



Enquanto organizações de todo o mundo falam sobre melhorar os impactos de ESG, nem tudo o que é dito é verdade.

Um estudo recente estima que a mudança climática custará à economia global cerca de US$ 38 trilhões por ano até 2049. Essas constatações são consistentes com o último Global Risks Report do Fórum Econômico Mundial, que parou de listar as mudanças climáticas como um risco individual e começou a considerá-las como uma força estrutural subjacente que já está impactando outras áreas de risco e contribuindo para o declínio da produção econômica global.


O maior escrutínio sobre os riscos ambientais talvez não seja surpreendente, já que em 2023 testemunhamos o ano mais quente da história humana registrada, com aumentos históricos no número e na gravidade de eventos climáticos extremos. Os EUA sofreram desastres climáticos e meteorológicos que custaram US$ 1 bilhão ou mais, de acordo com a National Oceanic and Atmospheric Administration dos EUA.


Nesse contexto, as empresas, os investidores e o público têm demonstrado um interesse cada vez maior nas questões ambientais, sociais e de governança (ESG), com especial ênfase no "ambiental". No entanto, enquanto algumas organizações estão se movendo em direção a um bem maior, outras estão fazendo afirmações falsas e enganosas — conhecidas como greenwashing corporativo — para convencer o público de que a organização é mais ambientalmente correta do que realmente é.


Infelizmente, a prática de greenwashing é bastante difundida. Em 2021, a Comissão Europeia e outras autoridades nacionais realizaram um estudo intersetorial de sites para identificar casos de greenwashing público. As constatações mostram que, em mais da metade dos casos analisados, as organizações não puderam fornecer informações suficientes para que os consumidores avaliassem a precisão das alegações verdes feitas. No ano passado, pesquisadores do Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment revelaram que o número de casos de greenwashing em todo o mundo quase dobrou entre 2020 e 2022.


O greenwashing não é simplesmente uma questão de ética — ele apresenta riscos significativos de reputação, legais e regulatórios para as empresas. Nos últimos anos, grandes empresas de capital aberto, incluindo Amazon, Samsung e Walmart, foram manchetes nacionais devido a acusações de greenwashing. Alegações ambientais enganosas podem custar caro, além da perda da confiança do público ou do consumidor. Em um caso bem conhecido, o Walmart foi condenado pela Comissão Federal de Comércio dos EUA a pagar US$ 3 milhões, por comercializar falsamente produtos têxteis de raiom como sendo feitos com bambu de origem sustentável. Em um esforço para conter o aumento de falsas alegações de sustentabilidade, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) lançou uma força-tarefa em 2021 para identificar a má conduta relacionada a ESG. A União Europeia (UE) também aprovou recentemente uma legislação abrangente destinada a proibir várias práticas comerciais relacionadas ao greenwashing. As novas regulamentações entrarão em vigor em cerca de dois anos.


O Papel da Auditoria Interna
O maior escrutínio por parte dos reguladores e do público destaca a importância de se ter funções sólidas de auditoria interna para garantir que as declarações de ESG sejam verificáveis e precisas.
Os auditores internos têm a responsabilidade de aprimorar e proteger o valor da organização, prestando avaliação, consultoria e insights objetivos e baseados em riscos. Aqui estão algumas formas pelas quais os auditores internos podem ajudar suas organizações a implementar iniciativas ambientais de forma responsável e evitar o greenwashing:


Manter-se informados sobre o cenário regulatório e de risco em evolução. Garantir um sólido entendimento dos requisitos regulatórios de reporte em constante mudança sobre questões relacionadas ao clima é o primeiro passo para evitar ou retificar casos de greenwashing em sua organização. O IIA publica regularmente relatórios e guias para ajudar os auditores internos a acompanhar as novas regulamentações e as mudanças na legislação existente com relação ao impacto climático e à sustentabilidade. Por exemplo, em março, a SEC lançou uma regra de divulgação relacionada ao clima, que desde então foi pausada devido a litígios pendentes. Após seu lançamento, o The IIA publicou uma declaração sobre a regra final que reiterava a necessidade de uma governança eficaz sobre as divulgações climáticas. O The IIA também publicou seu guia para a compreensão dos requisitos relevantes de reporte ambiental, que inclui um resumo dos regulamentos relacionados ao clima na UE, bem como frameworks de reporte que as empresas podem escolher ao desenvolver seu próprio processo de reporte.


Fortalecer normas organizacionais precisas de reporte. A transparência é a melhor linha de defesa de sua organização contra o greenwashing. Os auditores internos devem trabalhar em estreita colaboração com os conselhos e as equipes de liderança para garantir que as iniciativas ambientais e o impacto climático sejam avaliados com precisão e reportados regularmente. Isso inclui a coordenação com o conselho para definir metas acionáveis e desenvolver processos abrangentes para rastrear, reportar e publicar regularmente o progresso de sua organização. Nos casos em que já existem normas de rastreamento e reporte relacionadas ao meio ambiente, sua função é questionar e verificar a precisão dos dados ambientais de sua organização. O IIA oferece um portfólio robusto de recursos para ajudar os auditores internos a implementar normas de reporte eficazes e transparentes para mitigar os riscos de fazer declarações ambientais enganosas.


Encorajar comunicações eficazes que façam justiça (de forma precisa) aos seus esforços ambientais. O greenwashing torna-se um risco significativo durante a fase de comunicação e marketing em uma organização. Afinal, é o desalinhamento entre o que está sendo dito e o que está realmente acontecendo que constitui alegações ambientais enganosas. A forma como uma organização comunica suas iniciativas e resultados de sustentabilidade pode ser tão importante quanto a própria iniciativa. O papel dos auditores internos é ajudar as empresas a ter confiança de que estão apresentando seus esforços e conquistas de sustentabilidade de forma precisa e impactante. As declarações deveriam ser claras, fáceis de entender e, o mais importante, corroboradas por dados — garanta que haja controles internos adequados para verificar as declarações com base no que foi rastreado e reportado.


Embora a precisão e a verificação das alegações de ESG sejam a prioridade, a confiança obtida por meio da avaliação pode evitar que a organização se envolva em "green hushing", ou seja, a decisão de manter silêncio sobre as iniciativas ambientais para evitar o escrutínio. Se as iniciativas de sustentabilidade são uma parte importante da estratégia de sua organização, a empresa deveria se sentir confiante para comunicá-las ao público e aos stakeholders. O apoio de especialistas também é de grande forma - ao divulgar a boa-fé ambiental de sua organização, busque opiniões de líderes da indústria ou depoimentos de profissionais da área ambiental e climática.


Você também pode estabelecer credibilidade por meio de certificações de terceiros, que estão disponíveis para quase todos os temas, de eletrodomésticos e eletrônicos (Energy Star) a alimentos (Fair Trade Certified) e edifícios (LEED).


Continuar se mantendo atualizado. Conforme observado anteriormente, o cenário regulatório e de risco climático está mudando rapidamente. Certifique-se de que você e sua organização estejam atualizados sobre o número crescente de riscos ambientais e requisitos de reporte de ESG. As empresas de capital aberto enfrentam requisitos únicos e, muitas vezes, complexos de reporte, o que cria riscos adicionais, dada a sua responsabilidade para com os acionistas.


Os auditores internos desempenham um papel crítico no cenário de ESG, ajudando as organizações a garantir a conformidade regulatória e, ao mesmo tempo, comunicando seu impacto ambiental de forma precisa e transparente. Conforme aumenta a pressão dos reguladores e do público para que se demonstre o progresso das iniciativas de sustentabilidade, também aumentará o papel do auditor interno na proteção contra os riscos reputacionais do greenwashing.


Para obter mais recursos sobre como aprender a respeito e implementar de forma responsável as iniciativas de ESG, visite o ESG Knowledge Center do The IIA e assista ao último vídeo 5 Questions with Anthony, no qual desenvolvo esses pontos e outros.
 

Anthony Pugliese, CIA, CPA, CGMA, CITP - é presidente e CEO do The IIA.

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Este documento foi traduzido por INSTITUTO DOS AUDITORES INTERNOS DO BRASIL em OUTUBRO DE 2024.

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