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Ataques à Verdade aceleram o Juízo Final?

Ataques à Verdade aceleram o Juízo Final?
28/01/2020



Para bilhões de pessoas em todo o mundo, 23 de janeiro foi um dia como outro qualquer. No entanto, para um grupo seleto de cientistas, especialistas em políticas públicas e ex-políticos, o fim do mundo estava um pouco mais próximo da realidade. Naquele dia, o Boletim dos Cientistas Atômicos adiantou o Relógio do Dia do Juízo Final para 100 segundos antes da meia-noite.

Para aqueles que não estão familiarizados com o relógio apocalíptico, o Relógio do Dia do Juízo Final (Doomsday Clock) é uma metáfora do holocausto nuclear ou algum outro evento de fim do mundo que coincide com o bater da meia-noite. Desde a sua criação em 1947, o relógio nunca esteve tão perto dessa hora de bruxaria.

O motivo dessa aceleração terrível não é uma nova guerra armamentista ou uma crise diplomática. Em vez disso, a mudança é apressada pelos crescentes ataques à verdade. O grupo por trás do Relógio do Dia do Juízo Final emitiu um aviso de que as campanhas de desinformação minaram a fé pública de forma a impossibilitar o atendimento das demandas globais urgentes.

De fato, os ataques à verdade cresceram em escopo e em complexidade. O exemplo mais destacado é o debate sobre a interferência russa nas eleições presidenciais dos EUA em 2016. Mas, esse é apenas um exemplo em um cenário da informação. Um ex-funcionário da Casa Branca e da Agência de Segurança Nacional ofereceu uma perspectiva geral em seus comentários para um artigo do Washington Post.

"A cyber guerra de informações é uma ameaça enorme, devido à sua capacidade de minar a confiabilidade das informações para a tomada de decisões racionais em quase todos os domínios", disse Melanie Teplinsky, professora adjunta da Universidade de Direito de Washington.

A desinformação pode assumir diversas formas, incluindo campanhas em mídias sociais, contas de "fake news" e vídeos e fotos adulteradas, todos habilitados pela Internet e por outras ferramentas que tornam mais fácil e barata a comunicação com milhões (possivelmente bilhões) de pessoas.

 

Esse aviso deve causar uma preocupação especial aos auditores internos. Independência e objetividade é a base da profissão, e nosso valor para as organizações que servimos. Tudo isso está enraizado na prestação de contas e na transparência. Um ingrediente essencial na prestação de contas e na transparência é a verdade.

 

A auditoria interna deve permanecer como um importante farol da verdade para nossas organizações e começa com a maneira como realizamos o nosso trabalho. Escrevi muitas vezes sobre os traços de grandes líderes de auditoria interna, e um compromisso inabalável com a verdade é um desses traços. De fato, a palavra verdade aparece em todo o meu livro, Trusted Advisors: Key Attributes of Outstanding Internal Auditors.

 

• Um compromisso inabalável com a verdade é essencial para a honestidade, integridade e comportamento ético.

• Falar a verdade é essencial para exercitar a coragem de nossas convicções.

• Um compromisso com a verdade é essencial para se aprofundar na causa raiz das falhas de controle ou outras ameaças ao gerenciamento eficaz de riscos.

• Confiar nos fatos e dizer a verdade é essencial para gerenciar efetivamente as políticas organizacionais.

 

Além disso, descobrir a verdade é essencial para fornecer informações úteis, insights e previsões às organizações que servimos. Os conselhos e a gerência executiva tomam decisões estratégicas e operacionais de curto e longo prazo com base nas melhores informações disponíveis. Parte de nosso trabalho como auditores internos deve ser romper o ruído e garantir que nossas organizações estejam recebendo e agindo com informações confiáveis.

Outro aspecto da desinformação é como ela pode prejudicar uma organização. É fácil imaginar como um concorrente de negócios pode aproveitar a desinformação para obter uma vantagem. Algo tão simples quanto uma campanha ilícita de mídia social promovendo descontos falsos ou mau atendimento ao cliente pode atrapalhar as operações. A estabilidade financeira de uma organização, a vulnerabilidade às aquisições hostis ou até a saúde de seu CEO podem ser insumos para as campanhas de desinformação. Alguns podem dizer que esses "truques sujos" existem há tanto tempo quanto as empresas competem, mas propagar essas desinformações nunca foi tão fácil. Dessa forma, os auditores internos devem tratar a desinformação como um risco emergente.

A luta pela verdade não é nova para os auditores internos, mas o campo de batalha está se tornando muito mais complicado e perigoso. Enquanto muitos de nós podem discordar que a desinformação se tornou uma ameaça existencial, seria imprudente acreditar que não é um risco crescente e real.

 

Como de costume, aguardo seus comentários.

 

Divulgação:

Richard F. Chambers, presidente e CEO do Global Institute of Internal Auditors, escreve artigos semanais para um blog da InternalAuditor.org sobre assuntos e tendências relevantes para a profissão de auditoria interna.

 

Tradução IIA Brasil

Revisão técnica Pedro Otávio Londe Dos Santos

 

 

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