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Jornal do Comércio - Auditoria interna precisa ser mais utilizada em organizações

Jornal do Comércio - Auditoria interna precisa ser mais utilizada em organizações
09/01/2019



Roberta Mello

Em tempos em que as companhias, independentemente do porte, têm de se preocupar com a boa governança e manutenção da conformidade, instrumentos como a auditoria interna tendem a se popularizar e receber reconhecimento. Cientes disso, o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil) começou um trabalho de compartilhamento de informações sobre os benefícios atrelados à inclusão do auditor interno no organograma da empresa e como outras instâncias de poder das organizações podem trabalhar conjuntamente.

Segundo Rene Andrich, presidente do conselho de administração do IIA Brasil e integrante do grupo de trabalho que coordenou a elaboração de um guia contendo informações a respeito da auditoria interna, muitos conselheiros de administração desconhecem a amplitude de atuação da equipe. "Eles compreendem mais sobre auditoria externa, mas têm pouco conhecimento sobre a interna, sobre os seus benefícios, e o que a área pode trazer para os mais altos níveis de governança da organização", observa Andrich.

JC Contabilidade - Como se articulam, basicamente, auditoria interna, comitê de auditoria e conselho de administração?

Rene Andrich - Normalmente quando as empresas têm uma governança corporativa bem estruturada existe o conselho de administração e, abaixo dele, o comitê de auditoria. A relação da auditoria interna acaba acontecendo normalmente com o comitê de auditoria ou diretamente com o conselho quando aquele não existe. O auditor interno atua como um apoio ao comitê de auditoria. Sempre quando eu falo em comitê de auditoria estou me referindo ao maior nível responsável pela governança dentro da organização, podendo ser o próprio dono do negócio, conselho de administração ou comitê de auditoria. É importante fazer essa ressalva de início por que a interação da auditoria interna acontece com essas figuras dependendo do nível de governança de cada organização. Sendo assim, o auditor interno funciona como uma espécie de extensão do olho da alta administração. Já o comitê de auditoria tem várias responsabilidades, dentre elas a de cuidar da contratação dos auditores externos, por exemplo, fazer a avaliação das demonstrações financeiras da empresa e por garantir que os números reportados ao mercado representam a realidade econômica e financeira da empresa. 

Contabilidade - Você nota que, de uns tempos para cá, além do aumento no número de funções, a responsabilidade sobre o auditor e a cobrança por ter um olhar mais crítico também aumentou?

Andrich - A prevenção de fraudes é responsabilidade da área executiva da empresa. Mas, sem dúvida, o auditor pode e deve atuar apoiando nesse trabalho. O que eu vejo é que o comitê de auditoria ao longo dos anos passou a receber muito mais atribuições. No começo, ele era muito mais focado e preocupado com as demonstrações financeiras das empresas. Com o passar do tempo e com o advento de vários casos de corrupção no País, o comitê de auditoria passou a ter dentro das suas responsabilidades várias outras questões, como a investigação e garantia de que a empresa tenha um processo adequado para capturar e tratar as denúncias - se são verdadeiras e se há evidências. O auditor apoia ao comitê nesse trabalho. O que eu percebo é que o próprio comitê de auditoria é um órgão que vem se renovando nas organizações. Em 2016, depois de toda uma onda de descoberta de esquemas de corrupção no Brasil, foi promulgada a Lei nº 13.303, mais popularmente conhecida como Lei das Estatais, que deu dois anos para que as empresas estatais criassem comitês de auditoria e, assim, se adequassem a ele. Em junho de 2018 o prazo começou a valer. É claro que essa ferramenta já era extensivamente utilizada em grandes organizações há muitos anos, mas a lei veio para tornar uma obrigatoriedade a todas as estatais.

Contabilidade - Você recomenda que todas as empresas tenham essas estruturas de governança? 

Andrich - Vai depender muito do tamanho da organização. Têm casos em que a própria auditoria interna executa todos esses trabalhos - de levantamento de risco, avaliação dos controles internos, verificação de conformidade com regras, políticas e procedimentos internos ou leis externas, e no processo de investigação. Hoje, eu vejo que em alguns casos o próprio comitê de auditoria não entende a extensão desse trabalho de apoio.

Contabilidade - O trabalho recente e um documento lançado há pouco tempo pelo IIA Auditoria Interna - aspectos essenciais para o conselho de administração busca informar os executivo sobre a relevância desse trabalho conjunto?

Andrich - O objetivo do caderno é justamente preencher uma lacuna que nós, profissionais de auditoria interna, percebemos que há no mercado. Ao longo da elaboração desse caderno observamos, a partir do contato com comitês de auditoria e conselhos de administração, que eles não entendiam exatamente que tipo de contribuição a auditoria interna poderia trazer. O caderno veio para informar sobre isso. Ele não é técnico e é direcionado a esse público. Nossa expectativa ao longo de 2019 é continuar compartilhando esse conteúdo com o mercado.

Contabilidade - Esperam que 2019 seja um ano em que termos como compliance e governança se popularizem? Isso acaba impactando positivamente a auditoria interna?

Andrich - O tema compliance é uma parte do ambiente de governança. Ele vai continuar importante, assim como os outros aspectos comentados e que estão relacionados. Eu colocaria o compliance no mesmo nível de importância de uma área de risco, de controle interno, auditoria interna. Dentro da governança da organização todas essas áreas estão em diferentes níveis de organização e são relevantes.

 

Notícia publicada no site do Jornal do Comércio

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