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Os Perigos do “Chapéu de Polícia” para a Auditoria Interna

Os Perigos do “Chapéu de Polícia” para a Auditoria Interna
04/06/2018



Uma das dificuldades constantes que os auditores internos enfrentam é a manutenção de relações de confiança, considerando que são frequentemente chamados para ajudar nas investigações de más condutas de executivos e funcionários. Como escrevi em um artigo de 2014 no blog, a verdade é que muitos auditores internos são chamados a assumir responsabilidades relacionadas a investigações corporativas.

Mais de 80% dos entrevistados na pesquisa do Common Body of Knowledge de 2015 do IIA indicaram que sua função de auditoria interna tinha algum grau de responsabilidade pela detecção de fraudes em suas organizações. Esse número mudou pouco nos últimos três anos. Os dados atuais de membros do IIA mostram que 73% dos CAEs relatam ter auditorias de fraude como parte de suas responsabilidades. Outros 31% relatam ter investigações forenses sob sua responsabilidade.

Não é incomum que a auditoria interna seja chamada para conduzir investigações confidenciais fora de seu escopo normal de trabalho, como em nome do comitê de auditoria ou da administração da empresa. Em alguns casos, os auditores internos são chamados pelos conselhos de administração ou CEO para ajudar em investigações específicas.

Em meu artigo de 2014, sinalizei que, embora uma relação de trabalho próxima entre auditores internos e investigadores corporativos certamente tenha seus benefícios, também traz grandes riscos para a auditoria interna. Quando os auditores internos estão profundamente envolvidos em investigações que podem resultar em medidas disciplinares contra executivos ou outros funcionários, pode ser difícil para os auditores internos serem vistos, posteriormente, como consultores confiáveis ​​que estão lá para ajudar quando retornam à sua função de auditoria interna.

Demandas multifuncionais não são novidades para a Auditoria Interna. Quando eu era inspetor geral federal, era legalmente responsável pelas funções de auditoria e de investigação da minha organização. Os dois grupos eram muito diferentes, visto que os investigadores eram policiais federais. No entanto, devido a uma estrutura compartilhada de relatórios, minhas funções de auditoria e investigação e as de minha equipe estavam inevitavelmente ligadas, na visão de nossas partes interessadas.

Muitas vezes, eu recebia telefonemas de executivos furiosos, exclamando: "seus auditores estão no meu departamento, mostrando suas armas e distintivos". Eu, calmamente, garantia que não damos armas ou distintivos para nossos auditores e que nossos pesquisadores estavam em seu departamento apenas para conduzir uma investigação confidencial, relacionada a possíveis fraudes ou desvios de conduta. Os executivos normalmente se acalmavam, mas nunca enxergavam totalmente a diferença entre os papéis dos nossos diversos funcionários.

Tais equívocos podem ser resolvidos rapidamente caso a caso, mas há uma confusão inerente sobre a diferença entre o papel de um auditor interno e o de um investigador e essa confusão, sem dúvida, dificulta que os auditores internos construam e sustentem as relações que são tão importantes para seu sucesso.

É fácil ser taxado de herói ou autoridade vilã. Quando um departamento de auditoria interna é fortemente associado ao tipo de investigação que resulta em demissões, ou até em processos criminais, ser considerado um parceiro verdadeiro pode ser um desafio para qualquer um na auditoria interna.

Não pretendo sugerir que os auditores internos evitem participar de tarefas difíceis, incluindo investigações que envolvam possíveis desvios de conduta. Os auditores internos podem oferecer uma contribuição única e inestimável. E, para organizações menores, pode não ser viável manter equipes internas de auditoria e investigação de forma separada. Mas uma das dificuldades de vestir o “chapéu de polícia” é que mudar de papéis pode não ser tão fácil quanto trocar de chapéu.

Se a sua organização decidir que a auditoria interna deve, rotineiramente, realizar ou ajudar em investigações, você deve tomar medidas extras para garantir que as relações entre cliente e auditoria sejam saudáveis. Se o tamanho da equipe for suficiente, a maneira mais simples pode ser criar equipes separadas para auditorias e investigações internas, evitando a tentação de usar os mesmos profissionais para auditar e investigar. Também é importante garantir que os clientes envolvidos entendam claramente o escopo e a natureza do trabalho dos auditores internos, incluindo o fato de que, ocasionalmente, devemos apoiar ou conduzir investigações delicadas.

Como profissão, tivemos um progresso extraordinário nas últimas décadas em melhorar nossa posição. Os executivos corporativos e membros do conselho têm, hoje em dia, uma visão muito mais favorável de nossas capacidades do que há uma década. Embora liderar ou apoiar investigações corporativas seja um papel que devemos necessariamente assumir de tempos em tempos, ele não deixa de trazer riscos para nossa imagem e para os relacionamentos que cultivamos na organização. E, como fazemos com qualquer risco, devemos aplicar as estratégias de mitigação apropriadas.

Estou aberto a opiniões sobre o papel da auditoria interna em apoiar ou liderar investigações corporativas.

Divulgação:

Richard F. Chambers, presidente e CEO do Global Institute of Internal Auditors, escreve um blog semanal para o InternalAuditor.org sobre questões e tendências relevantes para a profissão de auditoria interna.

Traduzido por: IIA Brasil

Revisão Técnica da Tradução: Antônio Edson Maciel dos Santos, CCSA.

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