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Stakeholders têm a Última Palavra Sobre se a Auditoria Interna Agrega Valor

Stakeholders têm a Última Palavra Sobre se a Auditoria Interna Agrega Valor
15/10/2018



Se você pedisse aos seus stakeholders para descrever como a auditoria interna agrega valor, você poderia receber uma resposta diferente de cada pessoa com quem você conversou. O CEO poderia se concentrar em recomendações para melhorar a eficiência, enquanto o diretor financeiro poderia descrever o valor da auditoria em termos de redução de custos.

Um membro do comitê de auditoria poderia discutir independência e objetividade, enquanto outro poderia falar da avaliação. Já um Diretor de TI poderia se referir aos seus conselhos sobre um problema preocupante de segurança da informação, mas um diretor de recursos humanos poderia descrever o valor da auditoria interna como um canal para a liderança organizacional.

Cada uma dessas observações sobre o valor da auditoria interna provavelmente estaria correta, mas as conclusões de seus stakeholders sobre o valor geral da auditoria interna podem ser muito diferentes, dependendo de suas necessidades e expectativas individuais.

Cada um avalia o valor da auditoria interna de maneira diferente e nem sempre é fácil para os stakeholders enxergar o valor da força que a auditoria interna agrega ao ambiente de controle. Quando as coisas estão indo bem, eles provavelmente não valorizam o possível impacto dos contratempos que não aconteceram por causa do nosso trabalho. Mas, se algo der errado – por exemplo, se um stakeholder precisar de ajuda para analisar oportunidades potenciais, mas, em vez disso, receber uma revisão de conformidade –, é fácil enxergar que suas necessidades não estão sendo atendidas.

Um tempo atrás, o The IIA formou uma força-tarefa para explorar as expectativas dos stakeholders e determinar o que os auditores internos deveriam oferecer em termos de valor. Suas recomendações descreviam uma "proposta de valor" para a auditoria interna, com base em três conceitos principais: avaliação, conhecimento e objetividade. A força-tarefa destacou que, ao nos concentrarmos nesses conceitos em nossas comunicações, podemos ajudar a garantir que os stakeholders compreendam o valor completo de nossos serviços.

De acordo com a proposta de valor, auditoria interna:

  • Presta avaliação dos processos de governança, gerenciamento de riscos e controle.
  • É um catalisador para a melhoria da eficiência, oferecendo insights e recomendações.
  • Agrega valor como fonte objetiva de conselhos independentes.

Os auditores internos ignoram esses três elementos por sua conta e risco. A proposta de valor ajuda a garantir que os stakeholders valorizem o escopo total de nossas contribuições e que consideremos todas as suas expectativas. Mas a proposta de valor, por si só, não pode garantir a entrega dos serviços que melhor atendem às necessidades de nossos stakeholders. Como mencionei em artigos anteriores, auditores internos podem auditar qualquer coisa, mas não podemos auditar tudo.

Às vezes, nossos stakeholders estão buscando avaliação. Às vezes, estão buscando conhecimento. E, ocasionalmente, simplesmente querem um conselho objetivo. Suas necessidades estão em constante evolução e, em última análise, eles julgarão nosso valor com base em como satisfazemos essas necessidades a qualquer momento. Se não encontrarmos o equilíbrio certo entre trabalhos de avaliação e consultoria, por exemplo, alguns stakeholders podem questionar se estão recebendo o que nos pagam para fazer.

Aprendi esta lição durante a primeira parte da minha carreira em revisão interna, no Comando das Forças Armadas dos EUA, quando concluí uma avaliação de qualidade de um dos maiores departamentos de revisão interna do comando. Depois de uma avaliação abrangente do departamento, pareceu-me que a função de revisão interna era uma das melhores que já vi. O trabalho da equipe era consistentemente realizado de acordo com as normas profissionais relevantes e a qualidade de seu trabalho era impecável.

Dei a eles notas altas. Então, imagine minha surpresa, menos de dois anos depois, quando soube que o departamento havia sido fechado e que o CAE tinha sido transferido para outra área. Eu não pude acreditar. Até imaginei que o departamento poderia ter sido vítima de algum tipo de conspiração – de tanto que seu trabalho era bom.

Mas, quando sondei para descobrir o que havia acontecido, soube que o comandante, o chefe de equipe e o controlador haviam concluído que o departamento de revisão interna não estava agregando valor. Foi uma época em que o Exército estava cortando custos e o departamento de revisão interna tornou-se oi vítima desse processo.

A lição foi clara: são nossos principais stakeholders que determinam se estamos fazendo bem o nosso trabalho. E eles não julgam a função de auditoria interna pelo quão boa ela é, mas pelo valor que ela agrega a eles.

Avaliar as tecnologias emergentes; analisar oportunidades; avaliar a qualidade, a economia e a eficiência; e comunicar-se precisa e oportunamente são apenas algumas das atividades que os auditores internos realizam todos os dias. Todos esses serviços podem ter valor. Mas, em última análise, cabe aos outros decidir se somos valiosos para eles. Se disserem que não somos, pode ser uma questão de não estarmos agregando valor suficiente à organização, ou pode ser que não tenhamos ajudado nossos stakeholders a enxergar o valor que agregamos. Em ambos os casos, devemos resolver o problema, antes que seja tarde demais.

Divulgação:

Richard F. Chambers, presidente e CEO do Global Institute of Internal Auditors, escreve um blog semanal para o InternalAuditor.org sobre questões e tendências relevantes para a profissão de auditoria interna.

Tradução: IIA Brasil

Revisão Técnica da Tradução: Rossana Guerra, CIA, CRMA.

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