Os auditores internos geralmente são titulados de “olho do dono” ou “braço do conselho de administração no chão de fábrica” e enfrentam uma diversidade de dilemas e entraves em sua rotina, todos intrinsecamente ligados à natureza sensível e vital de seu papel. Suas responsabilidades abrangem uma série de fatores complexos dentro das organizações, e a experiência revela inúmeros desafios. Contudo, com base em minha vivência, ressalto os seguintes dilemas como de particular destaque:

Independência vs. pressão interna: Neste sentido, manter a sua independência enquanto trabalham dentro de organização, os auditores internos podem enfrentar pressões para não relatar problemas, especialmente se forem originados de níveis hierárquicos mais elevados.

Confidencialidade vs. transparência: Para execução de seu trabalho, o auditor interno tem acesso às informações sensíveis da organização, e manter a confidencialidade é crucial. No entanto, também é importante relatar não conformidades relevantes à alta administração, o que pode ser um dilema se informações confidenciais estiverem em jogo.

Relacionamento com a gestão: Os auditores internos devem manter um relacionamento profissional e respeitoso com a alta administração, o que pode ser desafiador, especialmente quando identificam problemas que podem refletir negativamente sobre os controles da gestão.

Escopo e recursos limitados: Muitas vezes, os auditores internos têm que trabalhar com recursos limitados, o que pode dificultar a realização de auditorias abrangentes, no qual prejudica a identificação de riscos nos controles de toda a organização.

Ética profissional: Os auditores internos devem manter altos padrões de ética profissional em todo o seu trabalho. Isso pode ser um dilema quando confrontados com situações que exigem uma decisão ética, como denunciar irregularidades da alta administração ou mesmo de órgãos de governança. 

Mudanças nas normas e regulamentações: Os auditores internos precisam acompanhar as mudanças nas normas, regulamentações e melhores práticas de auditoria, o que pode ser desafiador devido à constante evolução do ambiente regulatório.

Comunicação eficaz: Transmitir de forma eficaz os resultados dos trabalhos de auditorias, especialmente quando envolvem problemas críticos, pode ser um dilema. A comunicação deve ser precisa, objetiva e ao mesmo tempo construtiva, pois o nível de reporte da auditoria é muito alto dentro da organização e pode gerar ruídos negativos para a auditoria.

Impacto no clima do ambiente de trabalho: Em alguns casos, auditores internos podem ter impactos por meio de seus resultados do trabalho, de modo a prejudicá-lo no seu crescimento na organização, bem como na dificuldade em execução de outros trabalhos dentro da organização.

Certamente, a jornada de um auditor interno é repleta de diversos dilemas, e embora tenha destacado alguns deles aqui, é importante ressaltar que todos nós compartilhamos dessas experiências. O fundamental é manter um equilíbrio emocional e ético, constantemente nos questionando: "Se eu fizer isto, contaria para minha família?" Se a resposta for negativa, talvez seja melhor reconsiderar. Manter uma aderência estrita aos princípios éticos e às normas profissionais é essencial, e buscar orientação em momentos de complexidade é sábio. Além disso, estabelecer políticas transparentes e fomentar uma cultura organizacional que valorize a integridade e a conformidade pode desempenhar um papel significativo na mitigação de tais desafios.
Nossa profissão é, ao mesmo tempo, desafiadora e recompensadora, e desejamos a todos um feliz Dia dos Auditores.

IIA BRASIL

Participem do nosso webinar que acontecerá no dia 22/11, sob o tema “Os principais dilemas do auditor interno”, onde abordaremos vários temas explanados neste documento.

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