Aviso Site sobre uso de Cookies:

A proteção dos dados pessoais é importante para o IIA Brasil. Usamos cookies para analisar o tráfego do site e assim melhorar os nossos serviços. A continuação do uso do nosso site, sem alterar as configurações do seu navegador, confirma a sua aceitação desses cookies.
Para mais informação, consulte a nossa política de cookies.


CONCORDO, continuar...

HOME > Notícias > A Auditoria Interna Deve Monitorar a Ética no Topo Também

A Auditoria Interna Deve Monitorar a Ética no Topo Também

A Auditoria Interna Deve Monitorar a Ética no Topo Também
29/07/2019



Em uma revisão recente do estudo anual Strategy & CEO Success Study, da PwC, fiquei impressionado com uma estatística reveladora. Em 2018, mais CEOs perderam seus empregos por causa de lapsos éticos do que por fraco desempenho financeiro ou brigas com seus conselhos. Isso nunca aconteceu antes, nos 19 anos de história do estudo.

 

Francamente, achei os resultados do estudo da PwC muito preocupantes. Afinal de contas, tenho transmitido, há anos, a visão do The IIA de que a auditoria interna deve reportar administrativamente aos CEOs. Se esses mesmos CEOs estão sendo demitidos por má conduta ética em números recordes, o que isso significa para as perspectivas da auditoria interna de realizar seu importante trabalho livre de interferências?

 

Depois de alguma reflexão, no entanto, questionei-me sobre os resultados do estudo da PwC. Os CEOs eram menos éticos em 2018? Existe uma epidemia de mau comportamento no topo? O crescimento das demissões relacionadas à ética provavelmente deriva, em parte, do movimento #MeToo, que trouxe escrutínio à má conduta executiva. Além disso, conforme investidores e reguladores defendem a maior prestação de contas, os membros do conselho estão se sentindo pressionados a prestar supervisão adequada. Se minhas teorias estiverem corretas, o que os auditores internos devem aprender com esses acontecimentos?

 

Um comportamento ético por parte dos próprios auditores internos deveria ser o esperado. Caracterizei a ética como requerimento indispensável para qualquer pessoa que deseje praticar nossa nobre profissão. De fato, identifico a resiliência ética como a característica número um desejada para os líderes de auditoria interna em meu segundo livro, Trusted Advisors: Key Attributes of Outstanding Internal Auditors.

 

Grandes auditores internos fazem mais do que apenas se comprometer com a ética; eles são modelos de conduta ética em tudo que fazem, sendo resilientes, mesmo em situações em que a postura ética não é uma posição popular.

 

No entanto, meu foco aqui não é apenas sobre os auditores internos que modelam o comportamento ético, mas também o papel da auditoria interna no monitoramento do comportamento ético na organização — até mesmo no topo. Os auditores internos estão bem posicionados para entender e monitorar a ética e têm a obrigação de falar sobre o comportamento antiético, não importa onde ele ocorra dentro da hierarquia da organização.

 

Alguns dos maiores triunfos da profissão envolvem auditores internos que se manifestaram, incluindo Cynthia Cooper, da WorldCom. Pessoalmente, conheço inúmeros outros auditores internos que agiram com igual coragem. Para ser claro, é mais do que apenas um exercício de auditoria do tipo "te peguei". É mais do que os auditores internos tocarem o alarme quando os líderes executivos ultrapassarem um "sinal vermelho de ética". A liderança ética é fundamental para uma boa governança que modele os mesmos valores centrais que tornam a auditoria interna ótima — prestação de contas, transparência e honestidade.

 

Os auditores internos devem aproveitar o ambiente emergente de maior prestação de contas para promover o comportamento ético em suas organizações. Isso significa estar disposto a se manifestar tão logo surgirem os primeiros sinais de problemas. Uma citação de Trusted Advisors:

 

Os auditores internos mais eficazes são aqueles com coragem suficiente para tocarem o alarme antes que  o problema ocorra. Eles veem problemas preocupantes em seu estágio de formação, expressam a preocupação e assumem uma posição para garantir que as coisas sejam feitas corretamente.

 

Também enfatizo no livro que a auditoria interna deve fazer o trabalho duro de construir relacionamentos e credibilidade dentro da organização, para ser vista como conselheira confiável. Um claro benefício de alcançar o status de conselheiro confiável é a seriedade com que passam a ser encarados nossos avisos sobre transgressões ou calamidades pendentes. Sem a confiança como base no relacionamento, as conversas sobre comportamentos antiéticos podem se tornar estranhas ou polarizadoras.

 

Mas o potencial de conflito nunca deve impedir que os auditores internos façam soar o alerta vermelho quando houver suspeita de comportamento antiético. As palavras de Maggie Kuhn, fundadora do grupo de direitos dos cidadãos idosos The Grey Panthers, articulam claramente a força necessária para ser a voz do comportamento ético:

 

Abandone a segurança. Arrisque-se. Perante as pessoas que você teme, diga o que pensa, mesmo que sua voz trema.

 

Como sempre, aguardo seus comentários.

 

Divulgação:

Richard F. Chambers, presidente e CEO do Global Institute of Internal Auditors, escreve artigos semanais para um blog da InternalAuditor.org sobre assuntos e tendências relevantes para a profissão de auditoria interna.

 

Tradução: IIA Brasil

Revisão Técnica da Tradução: Sergio Ricardo Leandro Dias, CIA, CCSA, CFSA.

 

Receba nossa newsletter