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Coronavírus apresenta escolhas de vida e morte na velocidade do risco

Coronavírus apresenta escolhas de vida e morte na velocidade do risco
30/03/2020



Com exceção de uma guerra mundial, o coronavírus (COVID-19) e seu impacto sobre os negócios e a vida cotidiana de praticamente todo mundo na Terra é sem dúvida o maior risco global que vimos na história moderna.

Seu rápido surgimento e disseminação criaram ameaças iminentes à saúde e à economia, fechando o comércio em grandes partes do mundo e causando estragos nos mercados financeiros. A produtividade freou subitamente em muitos setores e os governos estão arrecadando bilhões de dólares para ajudar a cobrir os custos de saúde e reforçar empresas e indivíduos que estão em dificuldades.

A maioria dos especialistas não expressa mais preocupações com as perspectivas de uma recessão; alguns dizem que ela já chegou, já que "a maioria dos motores que mantêm a economia global em alta paralisou simultaneamente", segundo um relatório desanimador do New York Times.

Surpreendentemente, o aspecto mais chocante dessa ameaça global dinâmica é que ela não estava no radar de ninguém há apenas três meses.

O COVID-19 foi inesperado, embora cepas de coronavírus tenham causado epidemias duas vezes neste século: SARS em 2003 e MERS em 2012. Mas, nesses casos, o número de infecções foi significativamente menor, nunca excedendo 10.000 casos confirmados. Por outro lado, o número de casos confirmados de COVID-19 chegou a 100.000 no início deste mês e, agora, é superior a 200.000, com o número de mortes na casa dos milhares e crescendo cada vez mais.

Escrevi bastante em meu blog - ChambersontheProfession.org - sobre organizações que operam na velocidade do risco. O COVID-19 testa esse conceito ao extremo.

Executivos e empresários de todo o mundo estão sendo pressionados a tomar decisões que afetam não apenas suas organizações, mas também a saúde e a segurança de seus funcionários. De acordo com uma pesquisa realizada pela Willis Towers Watson em meados de fevereiro, a maioria dos 158 entrevistados afirmou que estava adotando medidas específicas para proteger os funcionários. Isso incluiu 47% que disseram que cancelariam a participação em conferências planejadas para funcionários norte-americanos em certos países. Restrições de viagem e o fechamento de locais desde então tornaram essas decisões corporativas discutíveis. Os funcionários agora estão trancados, com milhões podendo trabalhar remotamente para adotar o "distanciamento social" recomendado e, em alguns lugares, obrigatório. Ruas em grandes e pequenas cidades parecem cidades fantasmas.

A Annual Corporate Directors Survey de 2019 da PwC reflete a natureza imprevista do surto. O relatório não mencionou qualquer risco relacionado à saúde. Meu palpite é que não havia sequer uma contemplação remota de uma epidemia de COVID quando a PwC fez sua pesquisa.

Mas o relatório da PwC fornece informações importantes sobre como os conselhos veem os riscos. De fato, uma parte da pesquisa focou especificamente na gestão de crises e na continuidade dos negócios. No entanto, o foco da questão estava sobre a supervisão da gestão de crises relacionada a ciberataques, desastres naturais e alegações de fraude financeira.

A boa notícia é que a pesquisa encontrou forte interesse do conselho no assunto. De acordo com o relatório:

“Quase todos os diretores (96%) dizem ter discutido o plano da gestão de resposta a uma grande crise, um aumento de 12 pontos desde 2018. Os diretores também estão se engajando cada vez mais nas atividades tradicionalmente menos comuns, incluindo a criação de uma política escrita de escalonamento e a participação em exercícios de decisão (tabletop). Esses esforços podem dar aos diretores algumas das ferramentas concretas de que precisariam em uma situação de crise.”

Essa descoberta pinta um cenário em que as organizações estão cada vez mais preparadas para gerenciar crises. Então, por que o impacto do coronavírus foi tão inesperado e dramático? A resposta está alinhada com o que chamo de "velocidade do risco".

Em meu livro mais recente, "The Speed of Risk", refleti sobre as mudanças dramáticas em como as ameaças emergem e amadurecem no cenário moderno de riscos. As organizações que realizam avaliações de riscos apenas uma vez por ano - o que, geralmente, é o normal - não podem responder de maneira adequada e rápida o suficiente às ameaças dinâmicas que podem surgir da noite para o dia.

Como o relatório da PwC mostrou, os eventos de risco que desencadeiam respostas de gestão de crises geralmente giravam em torno de violações de cibersegurança, escândalos corporativos induzidos por culturas tóxicas e desastres naturais.

No entanto, a nova conscientização e comprometimento com o gerenciamento ágil dos riscos nunca foram testados por uma ameaça que tivesse tantas facetas. A incerteza prolongada sobre a contenção do surto e o impacto final da doença sobre a produtividade e as transações comerciais estão mostrando claramente como uma crise médica – ou qualquer crise – pode evoluir rapidamente para uma crise econômica global.

 

Richard Chambers

Presidente e Chief Executive Officer

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