Entrar no mundo da auditoria interna e tornar-se um Auditor Interno Certificado (CIA) são processos desafiadores.

Decorridos dois anos do concurso público para ingresso na empresa onde sempre sonhei trabalhar, em abril de 2014, fui convocado para integrar a equipe de auditoria interna. Foi um momento muito feliz em minha vida, especialmente porque ocorreu pouco tempo após o nascimento do meu filho.

Em julho de 2014, dei início à minha jornada na função de auditoria interna. Naquela época, o país vivia um período político conturbado, marcado por descredibilidade ética e várias acusações de corrupção em empresas estatais decorrentes da Operação Lava Jato. A empresa enfrentava um cenário caótico, e a auditoria interna estava sob intensa pressão para responder adequadamente às demandas da sociedade. Foi nesse ambiente desafiador que comecei minha jornada na auditoria interna. Apesar das dificuldades, foi um período repleto de oportunidades para realizar projetos importantes e agregar valor à empresa, além de demonstrar meu trabalho e conquistar a confiança da equipe.

Desde o início, ouvia relatos dos meus colegas sobre suas experiências com a certificação CIA, destacando a intensa preparação para a prova, a complexidade e abrangência do exame, bem como o investimento necessário, que para alguns era considerável.

Com o passar dos anos, novos desafios surgiram, e a empresa iniciou um processo de transformação organizacional em preparação para a privatização. No mesmo período me tornei elegível para buscar a certificação CIA devido à minha experiência na profissão.

Apesar das incertezas e do receio em relação ao futuro, esse período foi marcado por união e aprendizado na equipe de auditoria interna. Sob a orientação do nosso gestor, nos reuníamos todas as terças-feiras para estudar juntos, compartilhando conhecimentos e resolvendo exercícios relacionados aos temas da prova. De forma inconsciente, esses encontros refletiam o compromisso com a missão e os princípios da competência profissional.

Em junho de 2019, enfrentei a prova 1/3, que considerava a mais desafiadora, e passei, o que foi um alívio e uma motivação adicional. Posteriormente, em agosto, enfrentei a prova 2/3 e fui aprovado. No entanto, a prova 3/3 apresentou um desafio adicional devido à pandemia de Covid-19, que resultou na suspensão temporária do exame.

Apesar das dificuldades, continuei me preparando intensamente para a prova 3/3, estabelecendo metas para minha carreira. Finalmente, em setembro de 2021, o grande dia chegou, e com determinação e fé, enfrentei o exame. Graças ao apoio da família e à minha perseverança, obtive sucesso e me tornei um Auditor Interno Certificado (CIA).

Acumulei nove anos e meio de experiência como auditor interno. Aprendi que um bom auditor interno se destaca pela capacidade de enfrentar desafios com técnica, resiliência, jogo de cintura e otimismo, entre outras competências.

Em última análise, nossa missão é, dia após dia, fortalecer a capacidade das organizações de criar, proteger e sustentar o valor organizacional, fornecendo ao conselho de administração e à gestão uma avaliação independente, baseada em riscos e objetiva, além de oferecer aconselhamento, visão e previsão. Nem sempre é fácil, mas é possível, e é isso que torna a profissão de auditor interno espetacular. 
Tenho orgulho de ser um auditor interno e estou pronto para enfrentar novos desafios com determinação e confiança.

Por João Vitor Camacho de Souza, CIA, Lead Auditor.