A disrupção traz mais chamadas à ação para a Auditoria Interna
06/10/2020
Esta época do ano costuma ser lenta para o lançamento de liderança criativa na profissão de auditoria interna. O The IIA, prestadores de serviços de auditoria interna, firmas de tecnologia e outros normalmente lançam uma grande quantidade de white papers e relatórios no início do ano, então, há uma calmaria antes que um bando de novas ideias e perspectivas fluam novamente. Mas 2020 foi tudo menos típico, com conteúdo perspicaz e atual não diminuindo enquanto navegávamos pela pandemia diretamente de nossos home offices.
Recomendo pelo menos três publicações lançadas nas últimas semanas para que todos os auditores internos leiam. Meus antigos colegas na PwC publicaram um relatório atemporal em julho, intitulado Engaging With the Audit Committee: Five Ways for Chief Audit Executives to Stand Out. Se você ainda não leu, encorajo-o a fazê-lo, porque está cheio de ótimos insights. No início de agosto, nossos amigos do AuditBoard publicaram um artigo fascinante, intitulado Audit Leadership During Crisis: A CAE’s First 90 Days During COVID. O artigo é da autoria de Sabrina Abramson, chefe executiva de auditoria (CAE) da Wyndham Hotels & Resorts, que narra sua jornada como CAE desde que assumiu a função em um setor que sofreu grande disrupção no início da pandemia. Sempre acreditei que histórias pessoais são as mais convincentes, e a de Sabrina não decepciona.
Mais recentemente, nossos colegas da Protiviti ofereceram mais uma parte de uma excelente série de sua pesquisa Internal Audit Capabilities and Needs Survey. Esta edição é intitulada Exploring the Next Generation of Internal Auditing, e está repleta de insights sobre progresso e prognóstico da transformação da auditoria interna. Como Brian Christensen, vice-presidente executivo de Auditoria Interna Global da Protiviti, observa em suas observações introdutórias à publicação:
“A inovação e a transformação requerem mais do que apenas uma série de atividades discretas. Elas demandam repensar os fundamentos do projeto e as capacidades da auditoria interna. É verdade que a maioria das funções de auditoria interna não pode se dar ao luxo de começar do zero. Mas isso não as impede de ser inovadoras; significa apenas que precisam estar abertas a novas ideias. A inovação na auditoria interna é impulsionada por uma mentalidade pioneira, de última geração, juntamente com uma disposição para tomar decisões ousadas, aprender com os erros e nunca parar de perguntar: ‘como podemos ficar ainda melhores?’”
A Protiviti tem pesquisado, há vários anos, sobre a extensão e a eficácia da adoção de uma “mentalidade de auditoria interna de última geração”. Eles acreditam que a “base da auditoria interna de última geração está em princípios como agilidade, monitoramento em tempo real de riscos e controles, avaliação dinâmica de riscos e aproveitamento eficaz dos dados e das tecnologias avançadas”. Com base nos resultados da pesquisa da Protiviti e nas percepções de seus líderes de prática, o relatório destaca quatro descobertas principais.
“As competências da auditoria interna de última geração precisam ser priorizadas, em vez de marginalizadas — especialmente as tecnologias capacitadoras.” A Protiviti observa que os CAEs e auditores internos avaliam seus níveis de competência como “notavelmente baixos” em governança, metodologias e tecnologias capacitadoras de última geração. O relatório observa corretamente que, na era atual de disrupção, “essas capacidades devem ser áreas prioritárias para crescimento e desenvolvimento”.
“Poucos grupos de auditoria interna estão empreendendo alguma forma de inovação ou transformação, mas a maturidade dessas capacidades aumentou.” Em uma perspectiva de "copo meio cheio", a Protiviti elogia as funções de auditoria interna que estão progredindo, mas observa que é "imperativo que os grupos de auditoria interna que não realizam atualmente alguma forma de inovação ou transformação se movam — ou correrão o risco de ficar para trás.” Do meu ponto de vista, “ficar para trás” é uma ameaça existencial para muitas funções de auditoria interna. Aquelas que não estão inovando e se transformando perante a COVID-19 correm o risco de irrelevância total ou pior.
“Os comitês de auditoria querem que os CAEs comuniquem como seus esforços de transformação e inovação estão resultando em mais cobertura de riscos e análises de auditoria mais profundas.” Em uma chamada à ação, a Protiviti observa que os comitês de auditoria estão se tornando mais interessados em como a auditoria interna está inovando e se transformando. É essencial que “os líderes de auditoria interna aprimorem a relevância do risco, o apelo visual e a concisão de suas comunicações ao conselho”.
“Além das competências de auditoria interna de última geração, as principais prioridades do plano de auditoria incluem ciberameaças, o gerenciamento de riscos corporativos, fraude e riscos de terceiros.” Embora a pesquisa da Protiviti tenha sido realizada há vários meses, os efeitos disruptivos da pandemia serviram apenas para aumentar as prioridades destacadas no relatório. Quando as respostas dos CAEs foram isoladas, as cinco principais prioridades para 2020 foram:
- Risco/ameaça à cibersegurança.
- Gerenciamento de riscos de fraude.
- Gerenciamento de riscos corporativos.
- Gerenciamento de riscos de fornecedores/terceiros.
- Visão estratégica da auditoria interna.
Embora essas prioridades sigam relevantes, suspeito que as prioridades atuais para os CAEs também incluiriam:
- Continuidade de negócios.
- Gestão da cadeia de suprimento.
- Saúde e segurança dos funcionários e clientes.
- Redução/contenção de custos/despesas.
- Instabilidade macroeconômica global.
O The IIA está atualmente reunindo perspectivas sobre os riscos e prioridades da auditoria interna como parte de sua pesquisa anual OnRisk. Aguarde o relatório OnRisk 2021 em novembro.
A profissão da auditoria interna é impulsionada pelo conhecimento. Na verdade, há gerações, o lema do The IIA vem sendo “Progresso Pela Partilha”. Agradeço imensamente aos nossos amigos e parceiros da PwC, AuditBoard e Protiviti por fazerem os investimentos de dinheiro e de tempo para compartilhar os conhecimentos destacados neste artigo. Eles, junto com Crowe, Deloitte, EY, Galvanize, Grant Thornton, KPMG, Refinitiv, Wolters Kluwer e Workiva, compõem a rede de Parceiros Principais do The IIA. O The IIA não poderia começar a servir seus membros do mundo todo sem cada um desses importantes aliados.
Como sempre, aguardo seus comentários.
Divulgação:
Richard F. Chambers, presidente e CEO do Global Institute of Internal Auditors, escreve artigos semanais para um blog da InternalAuditor.org sobre assuntos e tendências relevantes para a profissão de auditoria interna.
Este artigo foi reproduzido do InternalAuditor.org com permissão do Instituto de Auditores Internos, Inc. traduzido do inglês para o português.
Tradução IIA Brasil