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Auditores Internos corajosos sabem quando sair de cena

Auditores Internos corajosos sabem quando sair de cena
19/07/2023



Frequentemente, procuro nas manchetes por artigos relacionados à auditoria interna. Algumas notícias são encorajadoras e indicam como a profissão está fazendo progressos reais. Outras não são assim, porque destacam a constante necessidade da auditoria interna de promover melhor o gerenciamento de riscos, o controle e a governança eficazes.

Mas o que mais me desanima são os relatórios que revelam como a nossa profissão é um ofício em que a interferência e a retaliação podem surgir mesmo quando estamos fazendo nosso trabalho – e que a coragem é tão essencial quanto as competências técnicas para cumprir com a nossa missão.

Um exemplo recente em que a supervisão pode ter “se afastado para morrer” vem de Columbus, Ohio. Uma notícia do início desta semana informava que a Auditora Interna do Distrito Escolar de Columbus, Carolyn Smith, demitiu-se em novembro depois que o presidente do conselho escolar “deu-lhe instruções para parar uma pesquisa sobre as opiniões dos professores sobre a condição dos mais de 100 edifícios escolares do maior distrito do estado”. A pesquisa, de acordo com o jornal, fazia parte de uma auditoria mais vasta de prontidão dos edifícios que Smith estava realizando no outono de 2022.

Como os leitores do meu blog sabem, frequentemente me manifesto quando sinto que os funcionários públicos estão interferindo ou fazendo retaliações contra os auditores internos do governo que estão simplesmente tentando fazer o seu trabalho. Os pormenores desta história são complexos, mas pintam uma cena preocupante.

Smith era chefe do escritório de Auditoria Interna das Escolas Municipais de Columbus desde setembro de 2009 e, ao que tudo indica, seu histórico era impecável. Em um determinado momento, ela foi nomeada pelo Auditor do Estado de Ohio como a “Heroína dos Contribuintes” por seu compromisso com a ética e a integridade em descobrir a verdade quanto a uma auditoria importante. De acordo com o Auditor do Estado da época, “seu compromisso foi inestimável aos investigadores, estudantes e aos cidadãos de Columbus”.

Então, o que aconteceu? Como uma “Heroína dos Contribuintes” acabou se afastando da função de CAE? “A decisão motivadora para minha partida”, disse ela ao Columbus Dispatch, “foi com relação à independência do auditor quando o presidente do conselho me instruiu a parar uma auditoria (...). Foi uma ordem, a qual cumpri, e isso me levou a preocupações como ‘isso se tornará comum?’”

As autoridades da escola alegam que o momento da pesquisa de auditoria e a formulação de suas perguntas foram problemáticos, de acordo com o artigo, e chegaram ao ponto de contatar assessoria jurídica externa para determinar se alguma norma profissional de auditoria havia sido violada. "As conclusões do escritório de advocacia foram entregues à diretoria em dezembro e mostraram que Smith e seu escritório não violaram qualquer norma ética (...), mas também não seguiram as práticas recomendadas no que tange à linguagem usada na pesquisa."

De tudo o que vi, Carolyn Smith tratou desse assunto com incrível profissionalismo. As autoridades escolares distritais continuam defendendo suas ações, com um membro do Conselho de Educação tendo argumentado que “não há padrão aqui (...), certamente não temos um histórico de impedir auditorias”.

Smith disse ao jornal que acha que fez a melhor escolha para ela. “Simplesmente cheguei à conclusão de que, sem mais comunicação, eu não queria ter que questionar cada auditoria ou cada etapa de auditoria que eu autorizasse. Tampouco gostaria de me preocupar, caso eu demonstre a independência padrão que tenho, se isso levará a outra investigação.”

Seria fácil apontar o dedo às autoridades da escola e acusá-las de interferir em uma auditoria em curso. Mas essa não é a verdadeira lição a tirar do fiasco das Escolas de Columbus. Para mim, a questão é: quantos de nós teriam a coragem de fazer o que Smith fez? Quantos de nós sairiam de cena, de uma incumbência de prestígio no auge da sua carreira, por uma questão de princípios? Quantos de nós responderíamos com nossa partida, quando confrontados com o que consideramos uma interferência injustificada em uma auditoria em curso?

Há muito que advirto àqueles que assumem o papel de chefe executivo de auditoria que estejam preparados para fazer justamente o que Smith fez, se as circunstâncias assim o justificarem. Temos que demonstrar a confiança em nossas convicções, pois a erosão da independência não terá fim se tolerarmos aqueles que a deterioram.

Sei que este tópico pode ser um gatilho para muitos de vocês que estiveram em circunstâncias semelhantes. Estou aberto ao seu feedback através do LinkedIn ou do Twitter, ou por e-mail para blogs@richardchambers.com.

 

 

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Este documento foi traduzido por INSTITUTO DOS AUDITORES INTERNOS DO BRASIL em 30 DE JUNHO DE 2023.

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