Repensando sobre a vida do auditor no seu lazer, cheguei à conclusão de que a vida profissional estressante merece um aconchego. Em 2004, mudei radicalmente. Comecei a frequentar a academia, inicialmente por acaso, graças a um subsídio fornecido pela empresa. Isso alterou minha rotina no trânsito complicado de São Paulo. Passei a acordar às 6h, chegando à academia às 6h30, de segunda a sexta-feira. Entre musculação e outras atividades, a caminhada na esteira era uma constante de quase uma hora. Às 9h, já estava no trabalho. Mantive essa rotina por mais de 12 anos.

A academia, situada em um shopping center próximo ao meu local de trabalho, era frequentada por diversos auditores e executivos da minha empresa e de outras da redondeza. Nessa convivência, além de atividades em grupo e do networking, contratei vários auditores e indiquei executivos para minha empresa. As atividades em grupo, como os cafés da manhã no shopping, foram ocasiões valiosas para discussões informais sobre atritos e discordâncias em auditorias. Essas interações muitas vezes suavizavam as percepções dos auditados e facilitavam a tomada de decisões.

No início da pandemia, em março de 2020, me aposentei e busquei outros rumos. Me mudei para Itupeva, no interior de São Paulo. Lá, encontrei uma nova comunidade com objetivos de vida semelhantes, composta por comerciantes, professores, empreendedores, executivos e funcionários de empresas privadas e públicas, inclusive auditores. Nesse mesmo período, passei a integrar a equipe de voluntários do IIA Brasil, onde contínuo e pretendo seguir até o fim do meu mandato como conselheiro em dezembro de 2025.

Para manter o equilíbrio físico e mental, adotei as caminhadas, já que eu tinha deixado a academia, participando de um grupo com rotas diárias que variam de 3 a 10 km. Exploramos diversas paisagens, incluindo fazendas com vistas aos casarões dos antigos proprietários de café, fazendas de criação de gados, plantações diversas e até fazendas com pedras milenares. Esse novo modo de vida proporcionou uma conexão mais profunda com a natureza e a comunidade local.

Depois da pandemia, agora repensando no retorno das atividades em um modelo híbrido (home office x presencial), integrar a academia na rotina diária é uma excelente maneira de manter a interação com colegas de trabalho. É claro que o objetivo principal das atividades na academia é o condicionamento físico e, consequentemente, o bem-estar. Mas o networking e discussões informais sobre diversos assuntos também fazem parte de todo relacionamento comunitário, especialmente quando profissionais com culturas, educação, objetivos, comportamentos similares ou não se reúnem.

A vida de auditor me proporcionou experiências enriquecedoras, que compartilho com nossa comunidade de auditores internos, seja do setor público ou privado. Continuemos a executar nossas auditorias com base no IPPF e nas normas regulamentares da nossa profissão e setor de atividade.

Vai com Fé.

Por: Tikara Yoneya, membro do Conselho de Administração do IIA Brasil