Jornal da Comunicação Corporativa - Um novo ciclo de otimismo e muito trabalho para as auditorias
18/02/2019
O final de um ciclo é oportunidade de renovação. Temos o momento de prosperidade, depois vem a recessão, a depressão e pôr fim, a recuperação e a desejada bonança.
Nas organizações isso não é diferente. Um ciclo começa quando tudo vai bem e todos estão ganhando. Aí vem a recessão: juros e salários ainda altos, contrastando com uma queda na demanda. É o começo da depressão, caracterizada pela ociosidade e desemprego. É o fundo do poço. O ponto é que essa não é uma ciência exata. Ninguém sabe quanto tempo cada ciclo durará, até que volte o crescimento.
Passamos nos últimos anos por momentos difíceis que contribuíram para mudanças importantes que hoje estamos vivenciando. Começou com o desmantelamento de práticas que corroíam as riquezas produzidas por grandes organizações públicas.
Avançamos no fortalecimento de práticas de governança, destacando a importância de fatores como o amplo acesso a informações pelas partes interessadas; a transparência, garantindo a essas partes o mesmo tratamento; a equidade, tornando público os seus atos e assumindo integralmente suas consequências; a prestação de contas e por fim zelando pela viabilidade econômica financeira das organizações; a responsabilidade corporativa.
Temos vivido momentos de renovação, com fortalecimento nas organizações de estruturas de auditoria interna, controles internos, riscos, conformidade e mecanismos de prevenção e investigação de fraude. Tivemos também o início do vigor da Lei 13303/2016, direcionada a empresas públicas e sociedades de economia mista, que ficou conhecida como a “Lei das Estatais”. Ela veio a ditar regras para o fortalecimento da governança dessas organizações, blindando essas empresas contra interferências de cunho político partidário. Temos que permanecer alertas e não permitir nenhum retrocesso nesse aspecto.
E para citar apenas algumas mudanças, tivemos por fim a promulgação da lei 13709/2018, que trata da proteção de dados digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade, e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.
As organizações estão passando por intenso processo de transformação digital. Acompanhar essa evolução é condição de sobrevivência para profissionais de contabilidade e auditoria. Na contabilidade, o blockchain está promovendo importantes mudanças. Ao invés de contas e partidas dobradas, temos blocos conectados por um identificador único, em uma cadeia continua.
Na auditoria, a robotização, a inteligência artificial, a utilização da mineração de dados, as análises preditivas e a auditoria contínua, deixaram para trás os métodos tradicionais de se auditar. Serão cada vez mais necessários profissionais com conhecimento em tecnologia e estatística, que entendam o ambiente cultural da organização e que estejam intensamente conectados com o negócio.
Há de se enfatizar também que a figura do auditor policial que foi formada na cabeça dos nossos gestores deve ficar definitivamente no passado.
Assim seguiremos em frente, não mais apenas protegendo o valor das organizações, mas muito mais adicionando valor, contribuindo para que atinjam seus objetivos estratégicos e tenham seus ciclos de vida estendidos. É isso que espero para 2019; um ano energizado, repleto de desafios e de muito sucesso para todos nós.
Rene Andrich é presidente do Conselho de Administração do Instituto dos Auditores Internos do Brasil - IIA Brasil - E-mail: rene.andrich@iiabrasil.org.br
Notícia publicada no site Jornal da Comunicação Corporativa