ND - Corrupção e fraude são temas de congresso sobre auditoria interna em Florianópolis
16/09/2019
Tema de debates em todas as esferas, a corrupção mais uma vez foi lembrada durante as conversas na 39º edição do Conbrai (Congresso Brasileiro de Auditoria Interna), realizada na manhã desta segunda-feira (16) em Florianópolis.
Com uma inspiradora fala ao abrir o seminário, Larry Harrington, um dos pioneiros globais da aplicação da inteligência artificial para os processos de auditoria, falou como a tecnologia tem transformado o setor.
No entanto, destacou a importância de acompanhar de perto e “com muito mais vigor” os riscos de fraude.
Preocupado com os processos de segurança cada vez mais complexos e em um mundo cada vez mais conectado, Harrington defendeu o uso de tecnologia como prática diária para auditores internos, mas lembrou que é necessário ter cuidado com a segurança.
Segundo ele, 47% das empresas da área de tecnologia estão adotando aplicativos em aparelhos celulares, sem avaliar os possíveis riscos relacionados ao uso.
“Em relação ao Brasil, nós temos que pensar como a fraude acontece e usar tecnologia. É necessário rastrear os dados de políticos para esclarecer como muitos deles começaram do nada e hoje são milionários”, disse.
Larry é considerado um dos maiores especialistas em defesas de mercados governamentais, por sua atuação de anos como executivo chefe de auditoria da Raytheon Company. A empresa americana atua na área de armazenamentos e equipamentos eletrônicos para uso militar e comercial, e é a maior produtora mundial de mísseis guiados.
Para Paulo Gomes, diretor do IIA (Instituto dos Auditores Internos), o país passa por um momento de pequena transformação. O diretor, que atuou em alguns processos de auditora similares da aos da Operação Lava Jato, enxerga na força-tarefa um fio de confiança para o combate à corrupção.
“A Lava Jato, na minha opinião, é essa esperança que faltava para o brasileiro”, contou.
Cultura de transparência
Segundo Rossana Guerra, pesquisadora e gerente de Controle Interno do TJPB (Tribunal de Contas do Estado da Paraíba), o Brasil já conta com muitas regulamentações. Porém, é “necessário criar uma cultura de transparência para melhorar a distribuição de dados”.
Aperfeiçoar e qualificar gestores e quem repassa os dados também é fundamental para a melhoria na transparência das instituições públicas. Conforme Guerra, as inciativas diminuem a desigualdade e inibem a corrupção.
Ao todo, o evento terá mais de 30 apresentações, todas com foco em tecnologia e robótica. Nesta terça-feira (17), o ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário, apresentará dados sobre a atuação dos auditores do órgão.
Notícia publicada no site ND+