O desafio da auditoria interna pós-pandemia
19/05/2020
O avanço da globalização atual da sociedade em todo planeta traz à auditoria, em especial à auditoria interna, um desafio que não pode mais ser deixado de lado: a valorização multifacetada das instituições, incluindo as questões de saúde, econômicas, sociais e corporativa, entre outras.
Passa a ser urgente que as tarefas, processos e atividades tratem de sua governança de forma interligada e focada na obtenção de segurança nos âmbitos administrativo, jurídico, financeiro e econômico, levando o mundo organizado da sociedade, em especial das empresas, a um patamar de necessidade indiscutível a seus clientes, fornecedores, controladores, colaboradores e para a sociedade de forma mais ampla e eclética.
Agrava-se sobremaneira, à medida que enfrentamos senão a maior, a mais impactante crise em termos globais, desde a depressão de 1929, segundo alguns economistas, com a COVID 19, sendo inimagináveis as consequências que advirão e quanto tempo poderemos considerar para o reestabelecimento de uma nova ordem das coisas, após “o Grande Confinamento”, como batizado pelo Fundo Monetário Internacional - FMI.
O universo da auditoria interna vem levantando princípios básicos para a execução dessa nova forma de agregar valor às instituições, mesmo considerando o enfrentamento de um período de recessão, quando há uma queda significativa da atividade econômica, sobretudo como será avaliar de modo preciso os riscos e rentabilidade, estratégias de responsabilidade das organizações, gestões efetivas e independentes culminando com relatórios e pareceres que contribuam de formas seguras de conteúdo estratégico, financeiro, técnicos e operacionais.
Nesse sentido, cria-se novos desafios para prevenir e combater os fraudadores e pessoas mal-intencionadas, especialmente se adaptando neste momento transitório de isolamento social em decorrência da pandemia que assola o Brasil e o mundo, com rotinas diárias de home office, levando a auditoria interna a atuar remotamente como as demais áreas empresarias, se respaldando de recursos tecnológicos avançados como big data e inteligência artificial, condicionando a analises de grandes massas de dados na automação de uso intensivo de informações, para avaliar e manter a integridade da governança corporativa.
A auditoria interna passa a ter uma função primordial em todas as formas de organizações, afim de mitigar os impactos nos interesses empresarias, formando o que já vem sendo chamada de uma nova linha de defesa ao lado das gestões de riscos e controles, além da própria gestão operacional, já visando a inter-relação com os órgãos reguladores, governamentais e internacionais de caráter supranacional.
Por fim, a auditoria interna cumpre seu mister de elaborar planos de ações e de correções de deficiências no sentido de agregar ainda mais os valores aqui tratados, independentemente da forma que se dará a recuperação e a trajetória econômica no Brasil e no mundo pós-pandemia, pois deverá continuamente estar acompanhando as intervenções da governança mediante as mudanças dos comportamentos humanos de consumo, cujos reflexos deverão ser medidos e mitigados pelas empresas, com ações preventivas e corretivas.
Marcos de Mendonça Peccin
Diretor de Treinamentos e Eventos