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Os Auditores Internos Devem Ater-se aos Princípios

Os Auditores Internos Devem Ater-se aos Princípios
16/09/2019



"Os inteligentes têm planos; os sábios têm princípios." — Raheel Farooq

 

O mundo da auditoria interna do século XXI pode ser excitante, gratificante, estressante, emocionante e absolutamente aterrorizante às vezes. Os desafios que as organizações enfrentam atualmente tornam a prestação de auditoria independente para promover o valor organizacional em qualquer coisa, menos entediante.

 

Ao olhar para trás ao longo de mais de quatro décadas nessa profissão, eu não poderia ter imaginado que, enquanto um auditor júnior na Trust Company of Georgia, como a profissão mudaria radicalmente durante minha carreira. O auditor júnior de hoje pode se beneficiar das novas tecnologias para examinar um enorme volume de dados em minutos, o que antes levariam dias ou semanas. Podemos aprofundar o  entendimento e a avaliação da cultura organizacional, e enfrentar questões sérias sobre ética, privacidade e proteção de dados. É impossível dizer com certeza quais mudanças radicais que nos aguardam nos próximos 40 anos, exceto que elas ocorrerão.

 

As bases que nos permitirão navegar as mudanças que estão por vir são o Framework Internacional de Práticas Profissionais, em sentido amplo; e os Princípios Fundamentais para a Prática Profissional de Auditoria Interna, de modo mais específico. Independentemente das mudanças que possam vir a impactar a profissão, devemos seguir os princípios. Nunca devemos perder de vista os valores fundamentais que guiam a nossa profissão e os nossos profissionais.

 

O Guia Prático do The IIA publicado recentemente, "Demonstrando os Princípios Fundamentais para a Prática Profissional da Auditoria Interna", oferece uma excelente orientação de como adotar e demonstrar esses Princípios Fundamentais em todos os aspectos de nossas vidas profissionais. Além disso, o guia identifica facilitadores e indicadores-chave que os chefes e executivos de auditoria (CAEs) podem utilizar para criar sua própria abordagem quanto à demonstração dos Princípios Fundamentais em suas equipes de auditoria.

 

Embora este  blog post não possa oferecer a mesma profundidade e o detalhamento do novo guia prático, gostaria de discutir como os Princípios Fundamentais contribuem para o que fazemos. Eu vou comentar os Princípios Fundamentais de um a cinco neste post, enquanto os de seis a dez serão comentados em meu próximo blog post.

 

Demonstrar integridade. O guia prático observa que a integridade é a base de outros princípios no Código de Ética do The IIA, e eu já escrevi muitas vezes que a ética é essencial para grandes auditores internos. Uma frase das orientações descreve isso perfeitamente: "Em termos simples, integridade significa fazer o certo e prestar avaliações e assessorias objetivas e honestas, mesmo quando isso seja desconfortável ou difícil, e quando ao evitar o problema possa ser mais fácil". Afinal, como observou o autor Awdhesh Singh, "os princípios não são tão importantes para os momentos fáceis, como eles são para os momentos difíceis".

 

Demonstrar competência e zelo profissional devido. O papel da auditoria interna nas organizações continua se expandindo. O escopo de trabalho foi muito além da simples avaliação de relatórios financeiros, que era o foco de quando comecei. Mas devemos permanecer fiéis ao princípio que exige que nossos serviços sejam prestados com competência e zelo profissional.

 

Existem duas formas de abordar esse princípio. A mais fácil é vê-lo como uma restrição para nunca irmos além das áreas nas quais temos conhecimento, habilidades e experiência necessárias para prestar um serviço competente e eficaz. Todavia, nós devemos nos desafiar e vê-lo como uma obrigação para expandir nossos conhecimentos, habilidades e experiência de forma proporcional às demandas de nossas organizações, ao mesmo tempo em que procuramos aconselhamento e assistência competentes nas áreas nas quais ainda não temos essa expertise.

 

Ser objetivo e livre de influências (independente). É bom lembrar-nos de que objetividade e independência não são palavras sinônimas. As orientações fornecem uma boa definição: "a objetividade é uma atitude mental imparcial que requer que os auditores internos não subordinem a outros o seu julgamento em assuntos de auditoria, e a independência é a ausência de condições que ameacem a habilidade da atividade de auditoria interna em cumprir com as suas responsabilidades de maneira imparcial".

 

Esse princípio aplica-se em muitos aspectos de nosso trabalho diário como profissionais, desde as pessoas a quem reportamos administrativamente até a forma como divulgamos fatos de natureza material quando documentamos um trabalho. Os relacionamentos que construímos com nossos conselhos, comitês de auditoria, CEOs, diretores financeiros, diretores de tecnologia da informação, entre outros, também afetam nossa capacidade de prestar uma avaliação independente. Por fim, o CAE deve garantir que o trabalho da auditoria interna seja objetivo e independente, incluindo qualquer trabalho prestado por terceiros nos quais a auditoria interna tenha se baseado.

 

Alinhamento com as estratégias, objetivos e riscos da organização. Esse princípio é fundamental para mostrar como a auditoria interna agrega valor às organizações. Deveria ser óbvio que o trabalho da auditoria interna fosse alinhado aos riscos que têm maior impacto sobre a organização. De fato, prestar "avaliação, assessoria e informação, objetivos e baseados em riscos," fazem parte da Missão de Auditoria Interna do The IIA.

 

Posicionamento na estrutura organizacional e recursos adequados . Este é um princípio no qual a auditoria interna geralmente fica na metade do caminho. Muitos CAEs são competentes em estabelecer suas necessidades para garantir recursos suficientes para executar o plano de auditoria. No entanto, muitas vezes aceitamos a situação atual das linhas hierárquicas, entre outros fatores, que podem limitar a eficácia da função de auditoria interna. Os CAEs devem revisar regularmente o estatuto de auditoria interna, juntamente com o comitê de auditoria, ou diretoria executiva; e determinar se alterações no escopo de trabalho da função de auditoria ou nas linhas de  comunicação são necessárias para executar a estratégia de gerenciamento de riscos da organização.

 

Como mencionei anteriormente, eu vou explorar os cinco princípios restantes — demonstrando qualidade e melhoria contínua; comunicando-se com eficácia; prestando avaliações baseadas em riscos; sendo perspicaz, proativo e voltado para o futuro; e promovendo a melhoria organizacional — no meu próximo artigo do blog. Enquanto isso, recomendo que você leia o novo guia prático e examine verdadeiramente como você está demonstrando esses valores e princípios fundamentais em seu trabalho.

 

Como sempre, aguardo seus comentários.

 

Divulgação:

Richard F. Chambers, presidente e CEO do Global Institute of Internal Auditors, escreve artigos

semanais para um blog da InternalAuditor.org sobre assuntos e tendências relevantes para a

profissão de auditoria interna.

 

Tradução: IIA Brasil

Revisão Técnica da Tradução: Thiago de Oliveira Teodoro, CIA, CGAP, CRMA.

 

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